É uma das mais belas joias do património arquitetónico existentes na região do Douro. Fundada no século XVI, por D. António Teles de Menezes, bispo de Lamego, a Igreja das Chagas, de feição maneirista, é a única construção que perdura ainda hoje do antigo Convento das Chagas, destinado a freiras clarissas. O seu espólio é valioso e as características arquitetónicas originais destacam-se do conjunto dos monumentos erguidos na cidade de Lamego.
Quando se entra pela porta principal, o visitante pode admirar no teto, de madeira, a magnifica pintura da abóbada central, com efeito de trompe l’oeil, e os belos azulejos do século XVII que forram as paredes laterais.
Ao lado, chama a atenção a exuberância do altar de S. João Baptista, um exemplo perfeito do barroco nacional.
O visitante pode ainda deslumbrar-se com a capela-mor, o altar e a pedra tumular do fundador. As molduras das portas do antigo coro revelam a influência pictórica que os descobridores portugueses trouxeram do Oriente. Entre outras esculturas, encontra-se na Igreja das Chagas uma arcaica imagem de S. Sebastião, padroeiro da diocese de Lamego.
Construída junto ao Jardim do Campo, no exterior destaca-se, na frontaria, o pórtico de estilo renascentista, ladeado por duas colunas jónicas. Na parte superior do arco impõe-se o majestoso brasão do bispo fundador. Do lado direito foram dispostas três cruzes, em representação do Calvário.
Classificado como Monumento de Interesse Público pelo Estado português, a Igreja das Chagas esteve recentemente encerrada para a realização de trabalhos de restauro que valorizaram um dos monumentos religiosos mais emblemáticos da região. A intervenção abrangeu a recuperação da estrutura de madeira que cobre o edifício e de todo o recheio artístico interior, nomeadamente as esculturas dos santos, a talha dourada dos altares e o mobiliário eclesiástico.
Propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lamego, está aberta à celebração do culto religioso e acolhe a realização de importantes eventos que contribuem para o engrandecimento da vida cultural da cidade e da região.
A entrada é livre.