Quando as famílias não conseguem cuidar das atividades diárias dos seus entes queridos, o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) da Misericórdia de Lamego dá a ajuda necessária para que continuem a viver com dignidade, sem saírem da sua casa. Junto às memórias de uma vida, cada utente recebe, todos os dias, o mesmo amor e carinho que as famílias proporcionariam.
Licenciada em Serviço Social, Marli Pestana é a Diretora Técnica desta resposta social e a principal responsável por garantir os padrões de qualidade, segurança e dignidade dos cuidados prestados a 50 utentes. São sobretudo idosos, mas também pessoas com deficiência ou incapacidade.
A trabalhar há apenas três anos na Misericórdia Lamego, o seu forte sentido de compromisso e responsabilidade garantiram-lhe um percurso notável no seio da instituição.
Começou a desempenhar funções de auxiliar de serviços gerais no Lar de Idosos, mas foi depois convidada, pelo Provedor António Carreira, a assumir a gestão do SAD. “Senti-me muito honrada com este convite, mas ao mesmo tempo um pouco reticente. Tinha experiência na área hospitalar e psiquiátrica, por ter trabalhado onze anos numa clínica em Lisboa, e devia assumir responsabilidades de gestão numa área diferente”, recorda.
O principal desafio, nas novas funções, é ir ao encontro das expetativas dos familiares das pessoas que vivem em situação de dependência. São vários os cuidados prestados com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida: a entrega de refeições e a higiene pessoal, a realização de tarefas domésticas, a gestão da medicação, o acompanhamento ao exterior e a aquisição de bens de primeira necessidade.
“Tentamos ajudar sempre que precisam para ir ao encontro das reais necessidade de cada utente e colmatar as suas necessidades básicas. Têm graus de dependência muito diferentes e isto exige, da nossa parte, uma adaptação constante”, explica a Diretora Técnica, também responsável pela Cantina Social da Santa Casa que serve refeições a utentes de famílias carenciadas.
Mãe de duas crianças menores – a Maria e o Miguel -, o trabalho de Marli é muito mais do que a prestação de um serviço. É uma relação de confiança que gosta de considerar como familiar: “Vejo como um compromisso muito forte que pode melhorar, efetivamente, a vida daqueles que necessitam de cuidados especiais”.