De cabelos grisalhos e as costas curvadas, há cada vez mais idosos a morarem sozinhos em suas casas. Afetados pelo problema generalizado da solidão, ainda conservam algum grau de autonomia, preferindo por isso continuar a viver ali em vez de residirem num lar.
Para estes idosos, o principal, e muitas vezes o único auxílio que recebem diariamente, é a visita do Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) da Misericórdia de Lamego. Patrícia Nascimento e as colegas entram em suas casas para ajudá-los na realização de tarefas várias, como a higiene pessoal, a toma dos medicamentos e a entrega de refeições, quentes e saborosas, confecionadas na cozinha desta instituição.
A rotina repete-se desde há três anos para Patrícia. “Para mim, é muito gratificante chegar a casa ao final do dia e sentir que cumpri o meu dever. Não se trata apenas de executar tarefas, é sobretudo dar carinho e atenção a quem precisa”, explica, acrescentando que já teve ocasiões em que até lhe pediram um abraço.
A empatia e a capacidade de ouvir são qualidades que esta profissional possui para proporcionar uma vida mais digna às pessoas. Mas o seu dia a dia também é feito de algumas contrariedades e angústias. “O que me deixa mais triste é a solidão a que estão votados muitos idosos, sem qualquer apoio familiar”.
Com o seu trabalho, Patrícia, de 34 anos, promete continuar a levar um sorriso a cada utente do SAD.
